A CARTA
Meu berço era de madeira
Natureza morta
Criança dormindo
Ninguém em volta
Socorro o choro cobrava
A madeira respirava
Não mais me pertencera
Dorme menino
E pensava...
A poética
Um passo, dois passos
Nunca experimentei cada
Segundo
Porrada
Adolescência
Falta de amor
Teatro, caderno, caneta
Cobrança, porrada
Casa
Nunca te soube minha
Porrada
Virada
Autonomia-rua
Medo-força
Habeas Corpus minha dona
Como do mundo
O que quero
Sou homem liberto
Traições
Algemas
Tenho rima
Sou título
Sou tema do amor
Bebi a dor
O horror que me dera
Singular, notório
Odiado
Assombroso
Sou filho?
Não!
Sou a mãe
Da minha própria história