A CARTA

Meu berço era de madeira

Natureza morta

Criança dormindo

Ninguém em volta

Socorro o choro cobrava

A madeira respirava

Não mais me pertencera

Dorme menino

E pensava...

A poética

Um passo, dois passos

Nunca experimentei cada

Segundo

Porrada

Adolescência

Falta de amor

Teatro, caderno, caneta

Cobrança, porrada

Casa

Nunca te soube minha

Porrada

Virada

Autonomia-rua

Medo-força

Habeas Corpus minha dona

Como do mundo

O que quero

Sou homem liberto

Traições

Algemas

Tenho rima

Sou título

Sou tema do amor

Bebi a dor

O horror que me dera

Singular, notório

Odiado

Assombroso

Sou filho?

Não!

Sou a mãe

Da minha própria história

Leonardo Pergaminho
Enviado por Leonardo Pergaminho em 11/10/2009
Código do texto: T1860518