NOVAMENTE

NOVAMENTE

Eis novamente

eu a escrever.

A pena vai

o pensamento

está longe.

Longe com alguém que nem sabe

o que se passa comigo.

Talvez já nem seja mais importante,

mas ainda é.

Não sei até quando...

São momentos de incerteza

de aperto no coração,

mas tem o poder de desviar-me

a atenção

não sei se gosto ou apenas

imagino,

pois apenas penso quando

não está comigo.

Alguns amigos descobriram,

outros, apenas parcialmente,

e estão com pena da minha

desventura.

Quando estava ao meu alcance

mil coisas impediram

que eu me aproximasse.

Eram gozações dos amigos

as sua próprias brincadeiras

e o meu orgulho.

Depois me queixava para a Maria:

ela sabia do meu drama.

Tinha medo,

Tinha insegurança,

Pois o seu comportamento

Era cada vez diferente,

Criando a desconfiança.

Rio Claro/SP, 05/95/1971