SINA DE SERTANEJO

Quando a seca castigava

A terra do querido sertão

Dava uma tristeza na gente

E uma dor no coração.

Lembro o meu pai a se lamentar

Chorar que nem criança desmamada

Os animais morrendo de fome e sede

E a plantação no solo já queimada.

E de agora em diante meus filhos

Somos retirantes do nosso chão

Ciganos de beira de estrada

Vagando em busca de uma razão.

Esta é a sina do homem sertanejo

Viver la e ca de mala e cuia

Como almas pecadoras de estrada a fora

Pedindo ajuda ao anjo que o guia.

No sertão é assim se chove

A enxurrada afoga a plantação

E se não chove a terra seca

Racha e vira um torrão.

A família que vive la reza

A fé é sua alimentação

e tudo que resta agradece

O Padre Cícero e Frei Damião.

bel Salviano Planeta Poeta
Enviado por bel Salviano Planeta Poeta em 23/09/2009
Código do texto: T1826876
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