SINA DE SERTANEJO
Quando a seca castigava
A terra do querido sertão
Dava uma tristeza na gente
E uma dor no coração.
Lembro o meu pai a se lamentar
Chorar que nem criança desmamada
Os animais morrendo de fome e sede
E a plantação no solo já queimada.
E de agora em diante meus filhos
Somos retirantes do nosso chão
Ciganos de beira de estrada
Vagando em busca de uma razão.
Esta é a sina do homem sertanejo
Viver la e ca de mala e cuia
Como almas pecadoras de estrada a fora
Pedindo ajuda ao anjo que o guia.
No sertão é assim se chove
A enxurrada afoga a plantação
E se não chove a terra seca
Racha e vira um torrão.
A família que vive la reza
A fé é sua alimentação
e tudo que resta agradece
O Padre Cícero e Frei Damião.