Flor de mandacaru

No dia que o mandacaru desabrochou mansa

Entre seus espinhos, uma branca flor

Na minha vaga imaginação de criança

Não percebia ainda seu verdadeiro valor.

Minha alma estava ainda sem mácula

E a flor ficou esquecida na minha cerca

Guardei reminiscências do passado sem mágoa

Hoje, para colorir a vida ponho-a na minha cesta.

O sol que cresta também fortalece os prados

Uma vaga doçura tramita no meu coração a doer

Compreendo que uma flor em campos áridos

Prenuncia ser orvalho, na seca do sertão a arder.

No espelho da velha estrada, comprida,

Vejo a imagem da flor e do espinho

Posta na sacada da luz da vida

Enfeitando meus sonhos, o meu caminho.

Acordei de um sonho do passado sentindo os passos

Somente agora confesso, a saudade cai sobre mim,

Nessa longa estrada da vida deixo meus rastros

Embalada num compasso de sentimentos sem fim.

Roseli
Enviado por Roseli em 07/09/2009
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