A Nazaré das Farinhas
Poesia na janela sem gelosia
para terapêutas com a cabeça cheia de palavras
e a barriga vazia.
Quando menino ficava encostado no portal da sala sentindo aquele cheiro de muqueca de peixe que vinha lá da cozinha.
Meu avô por parte de mãe era negro
Minha avó era uma india.
Meu avô por parte de pai era europeu
Minha avó... nunca soube a cor que tinha.
É prosa com pirão
É poesia com farinha
No nordeste o alfabeto era:
o efe - era fê, o ene - era nê, o eme era mê.
Havia a Fábrica Nacional de Motores
Fê Nê Mê.
Lá pelas tantas dava aquela vontade da necessidade fisiológica, e alguem dizia:
Com licença que vou ali na "casinha".
Não se avexe não, baião de dois.
Essas são histórias de que vem láááá da Bahia.
E há que se lembrar do Manifesto
da Antropofagia.
É prosa com pirão
É poesia com farinha.