MENINA GUERREIRA
Vi uma menina nascer no sertão,
A filha da terra
Cidade natal: torrão.
Seu caminho de madrugada: a caatinga,
Pra recolher os amimais
Entre mandacarus e facheiros,
Escalava o lajedo
A pedra mais alta
No meio da terra seca.
Lá ela avistava o mundo
O fim do horizonte
Onde o céu encontrava o mar..
Um açude tão imenso que nossos olhos não conseguem avistar
Dizia o povo da cidade grande que andava por lá
Na cabeça da menina rimava mar com gaivota bicho que sabia voar
Mas nos seus olhos só avistava o gavião
Num grito estridente
Fazendo a menina acordar dos seus sonhos
E no alto do lajedo ela observava a pedra chorar
Um furinho tão pequenino como as lágrimas que lhes escorria.
E ao seu redor a estrela iluminava o dia
E Deus se mostrava presente
No coração da menina
A bela criatura
Princesa xucra matuta
Não tinha medo de nada
De braços abertos naquele momento
Recebia de Deus a energia da mãe natureza
Que adotou a pequena guerreira
Nas paisagens do sertão
Da fazenda Modelo.