MENINA GUERREIRA

Vi uma menina nascer no sertão,

A filha da terra

Cidade natal: torrão.

Seu caminho de madrugada: a caatinga,

Pra recolher os amimais

Entre mandacarus e facheiros,

Escalava o lajedo

A pedra mais alta

No meio da terra seca.

Lá ela avistava o mundo

O fim do horizonte

Onde o céu encontrava o mar..

Um açude tão imenso que nossos olhos não conseguem avistar

Dizia o povo da cidade grande que andava por lá

Na cabeça da menina rimava mar com gaivota bicho que sabia voar

Mas nos seus olhos só avistava o gavião

Num grito estridente

Fazendo a menina acordar dos seus sonhos

E no alto do lajedo ela observava a pedra chorar

Um furinho tão pequenino como as lágrimas que lhes escorria.

E ao seu redor a estrela iluminava o dia

E Deus se mostrava presente

No coração da menina

A bela criatura

Princesa xucra matuta

Não tinha medo de nada

De braços abertos naquele momento

Recebia de Deus a energia da mãe natureza

Que adotou a pequena guerreira

Nas paisagens do sertão

Da fazenda Modelo.

bel Salviano Planeta Poeta
Enviado por bel Salviano Planeta Poeta em 23/08/2009
Código do texto: T1769849
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