RESTOS
Fui deixando nos caminhos,
sobras que não agasalhei,
por descuidos ou indiferenças,
muitos de vaidades que não tive,
por momentos circunstânciais,
que me obrigou descartar.
Busquei em lugares escondidos,
alguns que julguei florescer,
sementes jogadas ao léu,
canteiros de minhas saudades,
adubados com amor florescente,
e encontrei rosas tão esplendorosas.
Algumas com espinhos aguçados,
como se proteção procurassem,
diante de suas belezas tão calmas,
e cores que me extasiaram,
de preferência as vermelhas,
tão rubras, salientes, de raça.
Outros restos que também procurei,
não tiveram viço para sobreviver,
tantos foram os infortúnios encontrados,
que maltrataram seus egos tão tristes,
e desapareceram sem nada dizer,
apenas deixaram marcas apagadas.
Restos que não devemos jogar,
nem que sejam por nossos descuidos,
pois podem despertar as saudades,
escondidas em cinzas apagadas,
e que um sôpro com amor dirigido,
revitaliza as chamas que estavam dormindo.
15-08-2009