Pé'de beleza
“Quando um homem se ajoelha e bate as palmas pedindo beleza, a mulher tem que girar...e girar e girar...e girar... girar... girar...e girar.. girar...”
(Escreveu Monalisa para mim, num forró)
E porque o homem pede e a moça escreve, eu me ponho a girar...girar...girar...
...e eu giro como gira o que de mim a vontade explode.
Foi numa noite de folia no tempo em que só se ouvia o que soava, e suava. Naquela noite tudo estava solto, as palmas e os pés estavam soltos, os pés que de alegria conversavam uns com os outros e gargalhavam em rítmos em voltos, de um lado pro outro. E tudo era festa, a saia de retalhos festevaja os sorrisos que coloriam cada batida que já não se escutava.
Lá no meio havia um homem que mais colorido só podiam ser seus pés, pois que dançavam a festa. Lá no meio havia uma mulher que de mais colorido eram seus olhos que queriam os pés do homem que coloria a dança. E os dois se aproximaram, não o homem da mulher, mas o pé do homem com o pé da mulher. E se juntaram numa transa entre as luzes coloridas. Então os pés do homem concedeu licença às palmas. O homem se ajoelhou sobre os pés da mulher de cores que se pôs a rodar em tons encantadores ... e girar a beleza que agora, o som das palmas concedeu ao sorriso, aos pés; o sorriso a licença à gargalhada. O homem olhava, a mulher arriscava; o homem guiava a mulher que dançava. E não eram dois apaixonados, nem amores desvairados, só um pé de um homem que gozava o pé de uma mulher que girava e girava... e girava... enquanto a moça escrevia sobre a mulher que dançava; girava... e girava... e girava... girava... girava...
... a mulher que no fim da dança ganhou um sanduíche.