A Velha Rosa
Só nos minutos dourados finais
É que o sol irá banhá-la
Quão melancólico é
Ver a bela rosa de outrora seca e morta
Onde havia perfume
Hoje se espirra o pó
O toque de seda à petála
Hoje é seco e quebradiço
O prazer de sangrar-me nos espinhos
Agora se deforma para se acomodar à palma
Sentado na poltrona
Com a gravata afrouxada e um copo de whisky
Eu encaro fantasmas que decoram mainha sala
Ela continuará ali
Meio que por nostalgia, meio masoquismo
Pelo prazer de vê-la morta viva
Rego-a com o gelo do whisky
E ponho-a para pegar o luar