“Sítio”
(Luiz Henrique)

Eram quentes como os astros
a casa, as árvores, as águas e o matagal
corríamos soltos pelos pastos
e à hora da refeição - um sino dava o sinal

Meninos suados
sentavam-se aos montes nos bancos
cara de malvados
mocinhos e bandidos, endiabrados e santos

Precisam lavar as mãos !
ordenava a cozinheira do alto do seu pódio
comandos sempre vãos
água e sabonete a meninos despertam ódio

Chupavam mangas
comiam tangerinas, morangos e jacas
subiam morros
alimentavam galinhas, ordenhavam vacas

Eita saudosismo
são doces lembranças - regozijo recordar
puro pragmatismo
faziam-se super-heróis, bastava imaginar

Saudade da já distante infância
Consola-me ouvir que “velho vira criança ...”





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