LEMBRANÇA

LEMBRANÇA


Do vidro da janela
vejo formas invisíveis
quase sonhadas,
Que dançam nos meus olhos
E carregam para longe
A sua presença num bailado silente.
O seu vulto se mistura entre figuras
Helicoidais e rodopia entre bailarinos
Disformes e musculosos que flutuam
No ar que me sufoca
De desejos que não realizamos.
Tento quebrar a vidraça
Que nos separa desse hoje
Que me limita,
Que me vence,
Que me mutila,
Que não me permite
Conhecer o seu par
Dentre espectros sequiosos.
Nem o meu grito eu ouço
A lhe chamar...





Pablo Calvo
Enviado por Pablo Calvo em 17/07/2009
Código do texto: T1704089
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