O poeta lamenta as lembranças e espera o fim de sua miserável vida
Eu aqui de olhos baixos e tristes
Lembrando-me de momentos
Momentos que me fizeram feliz
Por pouco tempo, mas feliz
Hoje vejo que felicidade
Na verdade não existe
Tudo não passa de um contentamento
Um contentamento momentâneo
Como tudo na vida passa
Os momentos também passam
E com eles os sentimentos se vão
E nos deixam assim
Com os olhos lacrimejantes
E o maldito coração na mão
Às vezes uma bebedeira ajuda
Outras, beber ou rezar
De nada vai adiantar
Às vezes lagrimas rolam
Mas secam antes de tocar o chão
Os sentimentos não importam mais
A vida perde o significado
Tudo não passa de uma incógnita
De um nó na garganta
Então se pede uma bala na testa
Deseja-se o fim da maldita vida
Acabar seus miseráveis dias
Num navio fantasma cheio de espectros
Esquece-se do perfume das flores
Do prazer das coisas simples da vida
E com os olhos baixos caminha
Caminha só por ruas desertas
Ruas cheias de gente
Mas vazias de sentido
Contem-se as lagrimas insistentes
Esboça um sorriso forçado
Sussurra uma canção de amor
Que agora não significa nada
E com os olhos baixos e tristes
Lembra-se de momentos
Momentos que lhe fizeram feliz
Por pouco tempo, mas feliz
Quando a felicidade é só uma mentira.