Menina Verde
Da velha janela ficou o azul
Do chão o vermelho brilhoso de minha tia
encerrando... encerrando... encerrando
O quintal verde murchou de tédio
caindo podres os marmelos das cercas.
A marreca deixou seu lamento preto
escondido na vala atrás do roçado.
Do beiral ficou o ronco da tarde do meu
vô Dino.
Da janela ainda vive o galo, o gato, a cerca
dorme a brancura das nuvens
eu quero dormir e se dormir
não me acorde
Preciso lembrar onde deixei minha menina
onde ela colocou a esperança
verde... será que se espatifou no asfalto de Quintana?
Da janela vive a onda ... macia ... marola...
o som que consola
das águas que não brotam , desbotadas , sem luz
talvez sejam águas flicts
que Ziraldo ainda não conheceu.
Não me acorde se eu dormir
Preciso achar minha menina verde
onde ela escondeu a Espença...
Era louca,mas não caiu do décimo segundo andar!