Vento
O inverno chegou.
O vento move a poeira
que cobre os sonhos
adormecidos.
Feche a janela.
Durante muito tempo
eu tentei cobrir as memórias...
Agora esse mesmo vento
remove a poeira
e surge o tudo.
Tive que dar um jeito
jogar algumas coisas fora.
Não podemos controlar o vento,
mas podemos segurar os papéis...
Ou jogá-los fora.
Ainda restam algumas coisas
nesse quarto escuro,
coisas que o vento não pode levar.
Não me venhas com sopros
tentando ressussitá-las.
Essas coisas aqui estão
estagnadas, como estátuas
e não mais se moverão...
Nem tudo pode ser como queremos.