Nas nuvens


Quando criança me deitava,

na relva fresca do quintal,

observava nuvens, seus múltiplos movimentos,

figuras estranhas de variadas formas:

águias, cães e dragões;

cavalos, coelhos e anões;

gatos, tartarugas e serpentes;

flores, peixes, rostos ardentes;

montanhas de sorvete, imaginava, saborosos

aqueles desenhos rascunhados,

sumiam, outros eram elaborados

lá nas nuvens curiosamente moldados

àqueles olhos sonhadores de menino

extasiado, não percebia com que sutileza

presenteava-lhe a magnífica natureza.