DIANTE DO MURO
Aquela cena ficou gravada na minha mente
Desde o momento em que a vi
Como uma dor que atormenta o doente
Ou uma estaca cravada no peito de alguém
Uma mulher que chorava diante do muro
Um choro que só quem é mãe consegue decifrar
Sua expressão denunciava um sofrimento
Daqueles que “rasgam a alma”
E que matam quem os sente
Aquele choro e aquela cena foram tão fortes
Para mim
Que os vi como expressão do horror
De todos os que perderam seus entes queridos
Naquele massacre da Rússia
Onde sem piedade lá se foram tantas crianças
E na mente dos amiguinhos que ficaram
Tantas lembranças
E esperanças?
Patrícia carvalho de Andrade