Relacionamento
O coração sangra.
No fim do que parecia contínuo;
E a carne perde a carne que saboreava,
Nas luas e nuas noites de transpiração e inspiração.
Nas longas manhãs, das longas despedidas.
E no fim,
O adeus sem fim,
Relatado às noites no papel,
Que sangra e chora na grafia da mensagem que jorra da alma;
Na música que preenche os dias e as loucas horas de agonia.
E do caos,
Da destruição,
O que não poderia ser
Surge em expressões aparentemente descontínuas,
Puras, mais que pura, é a própria dor transfigurada, contorcida, mas iluminada pela poesia.
Do sangue a tinta,
Da carne o papel,
Do coração a inspiração
E nos traços a explosão de sentimentos;
E o destino não entende em que tempo foi o tempo da cura, se a cura é cura ou se há cura.