ULTIMO PONTO

Num manuseio lento,

Abro o negro livro,

Como abro as portas do tempo,

Entro e vejo nomes e datas.

Lá fora, ela me espera plácida e fria.

Envolvo-a entre os dedos,

Com mãos trêmulas a abraço,

O derradeiro abraço!

Imortalizo a escrita,

Tão nova,

Tão antiga,

Letras dúbias surgem,

Numa tentativa de perfeição.

Finda-se a produção,

De tantas que virão.

Inicia-se uma nova era,

Novos nomes, novos rostos...

Deixo então meu espaço, meu cansaço,

Meu trabalho conhecido,

E talvez... reconhecido,

Para se tornar imortal.

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 29/04/2009
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