ULTIMO PONTO
Num manuseio lento,
Abro o negro livro,
Como abro as portas do tempo,
Entro e vejo nomes e datas.
Lá fora, ela me espera plácida e fria.
Envolvo-a entre os dedos,
Com mãos trêmulas a abraço,
O derradeiro abraço!
Imortalizo a escrita,
Tão nova,
Tão antiga,
Letras dúbias surgem,
Numa tentativa de perfeição.
Finda-se a produção,
De tantas que virão.
Inicia-se uma nova era,
Novos nomes, novos rostos...
Deixo então meu espaço, meu cansaço,
Meu trabalho conhecido,
E talvez... reconhecido,
Para se tornar imortal.