FICOU A LEMBRANÇA
De minha infância ficou a lembrança
Da liberdade que havia
Do poder ir e vir sossegado
A qualquer hora do dia
Lembro do bom-dia amigável
Mesmo que fosse a um desconhecido
Pois o homem via o homem
Sem medo de ser agredido
Bom-dia pra quem fosse
Bom-dia também pra quem vinha
Bom-dia pro estranho
Bom-dia pra vizinha
Falar de violência não se ouvia
A não ser em caso raro
Viver em paz era o lema
E não custava caro
Havia muito respeito
Com a criança e o ancião
No tratar de negócios
Ou com qualquer cidadão
Nunca vi muro alto
A proteger qualquer morada
Não havia temor algum
Em se reunir na calçada
Após um dia de trabalho
E do jantar já servido
Era hora de ir pra rua
Vê o povo reunido
Brincadeira e conversa
Sem nenhuma afobação
Era a vizinhança toda
Em momento de gozação
Falava-se da saudade
De um parente distante
Do desejo de estar com ele
Nem que fosse por um instante
Assim o encontro ia longe
Até a hora do descanso
E só acordar num novo dia
Livre de qualquer ranço
A amizade estava presente
Também os valores morais
Era algo a ser mantido
Que já não se preserva mais
Violência virou rotina
Cada vez mais banalizada
Por isso não se ver mais
Os encontros de calçada
Hoje o homem tornou-se refém
Na clausura do seu lar
Muro alto, cadeado,
E o cão pra amedrontar
Sai á rua desconfiado
Com temor da violência
Reclamando do governo
Por não tomar providência
No trabalho está insatisfeito
E isso não nega não
Finge estar tudo bem
Contrariando o coração
Volta pra casa com medo
De uma agressão no caminho
Já nem mesmo cumprimenta
O mais próximo dos vizinhos
Chega ao lar estressado
Deixando o temido mundo lá fora
Acreditando estar seguro
Na muralha onde mora
Se não vê o mundo real
Por se encontrar confinado
A rede mundial faz dele
Um homem bem informado
Se da realidade se afasta
Até mesmo donde mora
É mais um indiferente
Nesse mundo de agora
Do convívio fraternal afastado
Sente carência dessa emoção
Mas prefere terminar o seu dia
Em frente à televisão.
De minha infância ficou a lembrança
Da liberdade que havia
Do poder ir e vir sossegado
A qualquer hora do dia
Lembro do bom-dia amigável
Mesmo que fosse a um desconhecido
Pois o homem via o homem
Sem medo de ser agredido
Bom-dia pra quem fosse
Bom-dia também pra quem vinha
Bom-dia pro estranho
Bom-dia pra vizinha
Falar de violência não se ouvia
A não ser em caso raro
Viver em paz era o lema
E não custava caro
Havia muito respeito
Com a criança e o ancião
No tratar de negócios
Ou com qualquer cidadão
Nunca vi muro alto
A proteger qualquer morada
Não havia temor algum
Em se reunir na calçada
Após um dia de trabalho
E do jantar já servido
Era hora de ir pra rua
Vê o povo reunido
Brincadeira e conversa
Sem nenhuma afobação
Era a vizinhança toda
Em momento de gozação
Falava-se da saudade
De um parente distante
Do desejo de estar com ele
Nem que fosse por um instante
Assim o encontro ia longe
Até a hora do descanso
E só acordar num novo dia
Livre de qualquer ranço
A amizade estava presente
Também os valores morais
Era algo a ser mantido
Que já não se preserva mais
Violência virou rotina
Cada vez mais banalizada
Por isso não se ver mais
Os encontros de calçada
Hoje o homem tornou-se refém
Na clausura do seu lar
Muro alto, cadeado,
E o cão pra amedrontar
Sai á rua desconfiado
Com temor da violência
Reclamando do governo
Por não tomar providência
No trabalho está insatisfeito
E isso não nega não
Finge estar tudo bem
Contrariando o coração
Volta pra casa com medo
De uma agressão no caminho
Já nem mesmo cumprimenta
O mais próximo dos vizinhos
Chega ao lar estressado
Deixando o temido mundo lá fora
Acreditando estar seguro
Na muralha onde mora
Se não vê o mundo real
Por se encontrar confinado
A rede mundial faz dele
Um homem bem informado
Se da realidade se afasta
Até mesmo donde mora
É mais um indiferente
Nesse mundo de agora
Do convívio fraternal afastado
Sente carência dessa emoção
Mas prefere terminar o seu dia
Em frente à televisão.