Foto: Feita por alguém do meu grupo

Ajeito-me sobre o inflável colchão
As borrachas gemem, conforme me ajeito;
Connie Francis, a musa, canta sua canção,
Minh’alma inflama-se na escuridão
Da ameaçadora mata onde me deito...

"I’d let you break my heart
All over again…"

Dos seus versos sofro o sofrimento
Não porque alguém partisse meu coração,
Mas porque pungente é meu isolamento
Na minha saudade, seu canto é meu lamento
De soldado, pela amada a separação…

"…I was a fool, I wasn’t smart
I should’ve known right from the start…"

Então, de olhar perdido no denso arvoredo,
(Tão denso que as estrelas não logro divisar),
A musa no rádio escuto e dissimulo meu segredo
De que dos perigos da floresta (também) sinto medo
E o medo, que é por lembrança, não deve aflorar...

"…Your kisses came from your lips
Not from your heart…"

Mas se é só por lembrança que o medo aflora,
Já o amor e o desejo, estão sempre em meu pensar!
E, sendo aquela meiga voz da libido provocadora,
Pela minha prometida, a "surgência" é avassaladora,
Sob os miseráveis e sujos trapos do meu trajar...

"...Yes, I’d let you break my heart,
All over again!..."

Na escura noite, Connie termina sua canção,
Mas meu desatinado fogo continua a arder!
Pois deitada comigo a amada está, na imaginação...

Até que ao cansaço e ao sono acabo por ceder,
Borrachas gemendo, eu me ajeito no colchão...
Pr’adormecer...sobreviver...Ah!...sobreviver...

Luis C Nelson
Enviado por Luis C Nelson em 23/04/2009
Reeditado em 27/01/2010
Código do texto: T1554700