Infância...

Velha infância... Saudosa infância!

Tenho chegado a uma conclusão... A de que ainda sou criança! Bobagem não é?! Mas é isso! Tenho medo do escuro... Arrepia-me a solidão! É reconfortante o calor da cama de minha 'Mãeinha'... Enfim, escondo-me numa couraça de adulto, na tentativa de não denunciar a minha meninice permanecida. Trajo-me em indumentárias opacas e sem vida para expressar ares de seriedade. Uso óculos para vender uma imagem de seguro e de porta-bandeira de mim mesmo. Falo grosso, franjo a testa... Afinal de contas sou ADULTO. Mas, que idiotice! Será que ninguém vê quando faço bico? Quando choro no canto? Quando dou berros internamente?

Quero os campeonatos de pipas. Desejo correr pelos morros de minha cidade. E as bolinhas de gude? Como tenho saudades desse tempo que já não é!

Posso fingir com maestria, mas, não passo de um garotinho medroso embaixo da cama, criando fantasmas nos corredores do passado... Sou um homem contaminado pela doença da modernidade, obrigado a calar os resquícios de minha velha infância, tornando-me um velho homem no corpo de um jovem homem-criança!

Toni DeSouza
Enviado por Toni DeSouza em 23/04/2009
Reeditado em 25/05/2010
Código do texto: T1554400
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