A ÁRVORE E O LENHADOR


Lenhador que certo dia
Linda árvore derrubou
Sente hoje ao meio dia
A falta que lhe causou

Sai em busca de um abrigo
De um lugar p'ra descansar
E outro arvoredo amigo
Oferece-lhe o seu lar

O arvoredo, agora ameaçado,
disse para aquele lenhador:

"Eu te dou imenso conforto
Acabando o teu cansaço
Mas amanhã serei morto
Em troca disso que faço

Logo esquecerás de tudo
Que te faço aqui agora
E certamente virás mudo
Cortar-me de tora em tora."

O lenhador sem fadiga
Levanta-se e vai embora
E olhando a árvore amiga
Sente remorsos e chora

O lenhador, ali, entristecido,
disse para a árvore amiga:

"Eu quero te pedir perdão
Não serei mais lenhador
Porque nessa profissão
Eu sempre fui um traidor."
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 12/05/2006
Reeditado em 15/02/2008
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