Presença

Num canto da memória

Onde nada mais entra

Onde nem um réstia de luz

Se faz presente

Tu te acomodou.

Dia após dia podia sentir tua presença

De lá, observavás tudo, impassivel

Pouco te importavas

Com meus dissabores,

Com minhas amarguras,

Com minha solidão.

Por mais que um longo tempo

Tentei, de várias maneiras,

Impedir tua acomodação

Te chamar para a vida, minha, tua

Venceste...

Depois, ... por intermináveis décadas

Convivi, paciente e comprensivamente

Com tua fria imagem. Tua inútil bagagem!

Acostumei

Então começastes a me olhar

Analisei cada tentativa tua de se mostrar

Ouvia teus sussuros nas longas noites da vida

Resisti...

Hoje, quando aprendi a te ignorar

A ser sem tua companhia

Hoje, quando teu olhar gelado

Se transformou em súplica

Percebi que não passas de uma mancha

Daquelas que esmaecida pelo tempo

Corroída pela falta de luz

Se transformou numa nódoa.

Notei então, que ficaste menor que o próprio canto

Que um dia ocupaste sem me pedir licença...

leila Signor
Enviado por leila Signor em 15/04/2009
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