O BONDE - Sob o Céu de Teresópolis

O BONDE

Sobre linhas paralelas,

Com seu corpanzil gingando,

Lá vinha o bonde apitando.

Com esparrame, as rodelas,

Vinham nos trilhos ringindo,

Pra avisar que vinha vindo.

Vazio ou superlotado,

Carregando seus pingentes

Naqueles dias tão quentes.

O veículo apinhado,

Às vezes, descarrilava,

Ou dos seus fios se soltava.

O motorneiro fardado,

Com seu quepe na cabeça,

Fosse careca ou espessa.

Ora em pé, ora sentado,

Ia na frente do bonde,

Parando de onde em onde.

Na saída do colégio

Todo mundo se apressava,

Pé no estribo enquanto dava.

Quem não tinha o privilégio

De, num banco, se sentar,

Lá ia em qualquer lugar...

Do Livro: Sob o Céu de Teresópolis.

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 02/04/2009
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T1518741
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