O BONDE - Sob o Céu de Teresópolis
O BONDE
Sobre linhas paralelas,
Com seu corpanzil gingando,
Lá vinha o bonde apitando.
Com esparrame, as rodelas,
Vinham nos trilhos ringindo,
Pra avisar que vinha vindo.
Vazio ou superlotado,
Carregando seus pingentes
Naqueles dias tão quentes.
O veículo apinhado,
Às vezes, descarrilava,
Ou dos seus fios se soltava.
O motorneiro fardado,
Com seu quepe na cabeça,
Fosse careca ou espessa.
Ora em pé, ora sentado,
Ia na frente do bonde,
Parando de onde em onde.
Na saída do colégio
Todo mundo se apressava,
Pé no estribo enquanto dava.
Quem não tinha o privilégio
De, num banco, se sentar,
Lá ia em qualquer lugar...
Do Livro: Sob o Céu de Teresópolis.