Minhas lágrimas
Onde estará a minha doce cura?...
Só sei por onde andou a desventura —
Coberta de desagrado!
Viajei pelo negrume do incerto...
Sob o sol escaldante do deserto —
Conturbado de malgrado.
Na centelha inebriante sobre o chão...
Minhas ilusões eram lamentos em vão —
Nos áulicos artifícios.
No suspirar sombrio da solidão...
Murmurava na tormenta escuridão —
Co’um imenso sacrifício.
Ai!... Minhas lágrimas banhavam o meu rosto
Calado, por saciar a sede derramada a gosto —
Que do tempo brotou.
Outrora, minhas lágrimas formavam nascentes...
Na esperança de reencontrar as sementes —
Que o vento soprou.
— “Eu sei... Eu sei; eu sei... Eu sei!...”
Fevereiro de 2009.