Minhas lágrimas

Onde estará a minha doce cura?...

Só sei por onde andou a desventura —

Coberta de desagrado!

Viajei pelo negrume do incerto...

Sob o sol escaldante do deserto —

Conturbado de malgrado.

Na centelha inebriante sobre o chão...

Minhas ilusões eram lamentos em vão —

Nos áulicos artifícios.

No suspirar sombrio da solidão...

Murmurava na tormenta escuridão —

Co’um imenso sacrifício.

Ai!... Minhas lágrimas banhavam o meu rosto

Calado, por saciar a sede derramada a gosto —

Que do tempo brotou.

Outrora, minhas lágrimas formavam nascentes...

Na esperança de reencontrar as sementes —

Que o vento soprou.

— “Eu sei... Eu sei; eu sei... Eu sei!...”

Fevereiro de 2009.

Pacco
Enviado por Pacco em 01/04/2009
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T1516532
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