TRONCO DA PAINEIRA

Fincam como se fossem afiadas adagas
com tanta força, como no mar as vagas,
percorrem o corpo, como as nuvens o luar.
Sentado estou curtindo inerte aqui
ouvindo ao longe os piados da juruti
olhando as revoadas de pássaros, a cantar.

Saudades, que lá dentro da alma dói,
sentimentos que aos poucos corrói,
como os cupins, o tronco de uma paineira.
Ainda chega levemente a minha audição
o barulho das águas, como uma canção,
envia me sua música, a distante cachoeira.

Recordando passagens, de mim e dela
vejo que abre na minha mente uma janela,
que se mistura com o vento dos canaviais.
Minha lembrança para longe daqui não voa
e todos os sons, que na mente ecoa
confundem a saudade, de quem não vejo mais.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 30/03/2009
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