Mandrake
Um dia eu fui no circo;ver os palhaços
E os leões, e o mágico.
O circo era grande, do tamanho do céu
E cabia nele o mundo de fora, com sua fantasia cinzenta
E sua realidade multiforme, cabia na caixinha de surpresas
Aquela que o mágico trazia em baixo da capa negra
Aquela que cobria o mundo,
Mas não minha vergonha.
Deixei-me tocar seus cabelos e sentir o aroma suave do amor,
Em abraços frios e beijos quentes daquele prazer,
Da carne, da alma, do tempo...
Só não me deixei esperar enquanto as estrelas morrem no céu sem nuvens...
Enquanto acompanho a morte do ser eu mesmo
E do medo próprio...
Entre sussurros e pedidos
No beijo que se acaba
Quando as cortinas se fecham, e os magos vão embora
Para seu mundo que cabe na capa negra da noite.