Nosso Tempo
Nosso tempo passou tão depressa
Que nem percebi os cabelos brancos;
As rugas testemunhando inúmeros encontros
Desencontrados pela sensação fugaz
De que faltou firmar algo
No passado, fugir dos trabalhos
E se aventurar um pouco mais.
Hoje vendo a lua ao me balançar
Na rede
Conto as décadas com os dedos
E muita história a qual eu creio
Uma é que resta saudade e lembrança
Pois na minha época de criança
O tempo dormia lento
E o galo demorava a cantar.
Não havia espaço para arrepender-se
Em ter insistido na vida; um lamento!
Pelas horas que me passaram
Os dias que sobraram para cantar
Para deitar e senti os pés no chão
Olhar as estrelas e lembrar
Da paixão
Que arrasou a doce juventude;
Matou todas as virtudes e tirou-me
A certeza que o tempo vai parar
Num amor puro e inocente
E tudo acabará nos fortes braços
Do rapaz completo e apaixonado.
Nosso tempo passou depressa
Feito gole numa xícara de chá
Quente.
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