ESTRELAS SEM LUAR

Tenho em volta, uma verdejante natureza
mas meus olhos, não veem essa beleza,
parece que tudo pra mim tem a mesma cor.
São coisas bonitas que nunca reparo,
só quando acontece, mas e muito raro
algum comentário de um morador.

Nas noites, as vezes saio para olhar
o céu limpo, as estrelas sem o luar,
horas olhando, sinto-me bem na escuridão.
Nesse ermo, onde está meu ranchinho
fica muito longe de algum vizinho
não ligo pra eles, prefiro a solidão.

Mas não me considero por dentro  morto
em minha cabana tenho o meu conforto
o suficiente para da vida não reclamar.
Já sou acostumado com a infelicidade
em meu peito não dói muito a saudade
por isso, pra uma vila nunca quiz voltar.

Aqui, a vida muito lentamente passa
e vai ajudando a baixar a fumaça
que num dia, ofuscou o meu coração
Quando percebo que está fraca a alegria
vou cantar, ou escrever uma poesia
não vejo nas estrelas, a palavra recordação.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 12/03/2009
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