*MEU BARQUINHO DE PAPEL*
Segue na correnteza implacável
Das enchentes do rio Jaguaribe
De papel tão frágil dominável
A vista alcançava num susto tibe!
Rodopiando fugiu desvairado
No redemoinho da água gigante
Levou o meu sonho abalizado
Que plantei por tempo distante
Viajou por além mar a deriva
Atravessou a ponte e destemido
Enfrentou a estiagem sob a brisa
E na enchente do Orós foi banido
Fugiu noutra direção do nordeste
Deslumbrou-se com outras águas
Deitou o olhar no azul celeste
Da imensidão do mar sem frágua
Tímido meu barquinho velejou
Trazendo da terra amada saudade
O estrume do gado o cheiro lembrou
Do canto do sabiá a sonora acuidade
Do fruto natural sabor de saúde
O sono no alpendre o vento roçando
A galinha caipira sem hormônio vide
Hei-o na terra de torpores içando
Da Fortaleza de barco errante
Meu barco pousou olhou as calçadas
Não mais arriscou velejar vibrante
A porta trancada, malícias armadas...
Sonia Nogueira *sogueira*
Segue na correnteza implacável
Das enchentes do rio Jaguaribe
De papel tão frágil dominável
A vista alcançava num susto tibe!
Rodopiando fugiu desvairado
No redemoinho da água gigante
Levou o meu sonho abalizado
Que plantei por tempo distante
Viajou por além mar a deriva
Atravessou a ponte e destemido
Enfrentou a estiagem sob a brisa
E na enchente do Orós foi banido
Fugiu noutra direção do nordeste
Deslumbrou-se com outras águas
Deitou o olhar no azul celeste
Da imensidão do mar sem frágua
Tímido meu barquinho velejou
Trazendo da terra amada saudade
O estrume do gado o cheiro lembrou
Do canto do sabiá a sonora acuidade
Do fruto natural sabor de saúde
O sono no alpendre o vento roçando
A galinha caipira sem hormônio vide
Hei-o na terra de torpores içando
Da Fortaleza de barco errante
Meu barco pousou olhou as calçadas
Não mais arriscou velejar vibrante
A porta trancada, malícias armadas...
Sonia Nogueira *sogueira*