MENINA MULHER
Obrigaram a menina,
Como mulher pensar e agir,
Pouco se importando,
Que sua ação de tirano
A uma criança fosse ferir.
Como admirei sua fibra e raça
Numa luta sem igual,
Na sua vitória final
Libertou-se da couraça.
Couraça que te prendia,
Com cadeado e corrente,
De mãos dadas com a vida,
Sabendo que é muito querida,
Sente pena dessa gente.
Hoje jaz corrente e prisão,
Feliz como um passarinho,
Cercada de carinho,
Ainda toca seu violão.
Está feliz na cidade,
Pois sabe e tem certeza,
De que junto com a natureza,
Alguém te ama de verdade.
Aquele amor de outrora,
Que sempre nos foi negado,
Esperamos com muita calma,
Como se fosse uma só alma,
Pra hoje ser compensado.