A FELICIDADE QUE TU ME DÁS

A FELICIDADE QUE TU ME DÁS

Quando a noite chegar

E apenas o murmúrio

Das vozes alegres ficar,

Eu te seguirei, sempre e sempre,

Obedecendo à Tua vontade,

Curvando-me à Tua sabedoria.

-- Então, Mestre, serei feliz!

Quando o meu corpo deixar de existir

O orvalho cairá das flores,

Semelhando as lágrimas que chorei.

-- Então, Mestre, serei feliz!

Quando a chuva encharcar o meu peito

E as lágrimas sentidas me rolarem pela face,

Hei de guiar os meus passos

Pelos caminhos que conduzem a Ti.

-- Então Mestre, serei feliz!

Quando aumentar essa angústia,

Meu coração virá, submisso,

Buscar dos Teus olhos

A luz da eternidade.

-- Então, Mestre, serei feliz!

Quando no fim dos tempos nada mais restar,

Nem a minha lembrança humilde,

Hei de entregar a minha alma

Aos suplícios que mereço.

-- Então, Mestre, serei feliz!

Quando, porém, Tu me desprezares,

Abandonando-me aos mistérios insondáveis

Quando não mais Te encontrar

No céu, no mar, em meu coração,

... Então, meu Deus, nada mais serei!

*

João Bosco Costa Marques.