RELVA DA RAMA
Seiva da relva e da rama que circula dentro do coração.
Do cultivo da relva que gera toda essa rama de encantos e encontros...
Encontros e desencontros no olhar, no olhar sem ver.
O afogado se afoga arraigado à ilusão quando não há clarão;
Quando obscuro e regado de desconforto — é puro lamento!
Uma fuga ao léu na selva da relva.
A germinante semente ilusória que expressa a falsa liberdade...
Desabrocha os abrolhos num só olhar.
Num olhar cravado, às vezes molhado...
Que nascem como flores do campo,
Que brotam da relva e da rama — da seiva e na lama...
De uma ramagem que brota, nutre e morre...
Ramificação que alucina a multidão.
Não lamento a visão serena de ir por aí no espaço a ti seguir...
É puro lamento...,
Não saber se o horizonte é aqui ou ali a nos suprir na relva da rama.
Paulo Costa
Junho de 1985.