APRENDI QUE.. OU NÃO!

Aprendi que amar intensamente dói;

Que quanto mais se faz menos se é entendida;

Que amar demais é um caminho às vezes duvidoso;

Porque poucos ouvem a fala do coração.

Aprendi que as lágrimas vêm sem que as desejemos;

Que o choro é uma válvula do pensamento;

Que o entender ao outro é tarefa quase impossível

Porque não há forma de se medir um sentimento.

Aprendi que o dar é algo muito saboroso;

Que a alegria estampada ilumina o rosto;

Que alguns recebem e não sabem agradecer;

Porque a vaidade e o orgulho falam mais alto.

Aprendi que nada substitui o amor;

Que o doer faz parte da vida;

Que o amadurecer é um passo atrás do outro;

Porque a vida é feita em pequenos pedaços.

Aprendi que aprender demais incomoda outros;

Que o alcance de cada um deve ser respeitado;

Que o reconhecimento não é um fato instantâneo;

Porque o ser humano precisa de tempo para assimilar.

Aprendi que um olhar às vezes substitui palavras;

Que um gesto mínimo pode alegrar um coração apertado;

Que um sorriso por vezes vale mais do que mil palavras;

Porque o sol aquece o coração antes frio.

Aprendi que o tempo é o melhor conselheiro;

Que as palavras maternas demoram a criar raízes;

Que os gestos fraternais são bálsamos a vidas apagadas;

Porque um dia após o outro é uma massa em constante mudança.

Aprendi que nem tudo é sempre como pensamos;

Que as pessoas só veem aquilo que as convence;

Que muitos fatos são mais importantes que o amor;

Porque a concretude toma conta do ter sem ver o ser.

Aprendi que os olhos – espelho da alma – dizem muito;

Que esse muito é desprezado por vezes;

Que nem tudo se resolve sem ouvir o coração;

Porque nem só a razão é capital.

Aprendi que nem todo tempo do mundo faz muita coisa;

Que o menor tempo é conselheiro e amigo;

Que atos se somam em fração de segundos;

Porque se ouve o coração em detrimento da razão.

Aprendi que nem sempre se pode ajudar;

Que a oração substitui um ato;

Que a intenção vale mais que um fato;

Porque é no silêncio que a idéia cristaliza.

Aprendi que as pequenas ações valem mais que um monumento;

Que a seriedade nem sempre justifica a bondade;

Que o amor só é visto por quem tem amor;

Porque as emoções são individuais não coletivas.

Aprendi que toda pessoa bruta é carente de amor;

Que ela quer ser amada na intensidade;

Que não consegue se expressar por medo de perder a força;

Porque os fortes nem sempre são beneficiados no amor.

Aprendi agora o que gostaria de ter dito a minha mãe antes de morrer

Que perdi momentos preciosos por conta da infantilidade

Que só amadureci depois que comecei a sofrer

Porque o ser humano precisa vivenciar cada situação.

Aprendi que o que não é vivenciado, outro o vivencia;

Que o ser humano assume o sofrimento alheio;

Que ele não entende se não sofre ou ama por si só;

Porque a vida é medida pelos atos de cada um.

Aprendi que viver de aparência não é viver;

Que a máscara um dia cai e ficamos à mercê do outro;

Que a falsidade não nos leva a lugar nenhum

Porque o viver intensamente muitas vezes nos traz dissabores.

Enfim, aprendi... e continuo meu caminho aprendendo.

Zete
Enviado por Zete em 15/02/2009
Reeditado em 13/04/2010
Código do texto: T1441004