IRÔNICA LIBERDADE

Preso à janela do trem,

Observo uma paisagem.

Estranha para mim.

Chamo-a, natureza,

Chamamos-la, Deusa.

Entre tanto primitivismo,

Descobri um pouco de vida

Nas pequenas plantas

Que margeiam a estrada,

Por onde passa esse trem.

Há no campo, lá distante

Uma pequena e rústica casa.

Rústica como o que a cerca.

Porém, os ventos sopram,

Carregando um imenso amor,

O amor do mundo todo, para lá...seu lugar

Como eu gostaria de poder ficar...me deixar ficar.

Ficar como ?

Sou um homem da cidade,

Transbordando direitos e deveres,

Imerso em obrigações engravatadas,

Com códigos e posturas...para ir ao banheiro

E ainda chamam-me de livre.

08/03/1975

J Manssur Sapag
Enviado por J Manssur Sapag em 15/02/2009
Reeditado em 15/02/2009
Código do texto: T1440573