LEMBRANÇAS DE AMIGOS

De Regilene Rodrigues Neves

Saudade de sentar na beira da calçada

Com os amigos tomando vinho

E rindo de bobeiras

Sem maldade alguma...

A mocidade ainda era cheia de sonhos

E planos para o futuro...

E a alegria era simples sorrisos

Rindo do nada... Apenas um olhar para o outro

Era motivo de gargalhadas...

Como é gostoso sentir estas lembranças

Que construímos caminhos afora de amizades

Sempre existirá um dia que acordaremos

Cheios de recordações...

E pegaremos aquela agenda

De páginas preenchidas de carinho...

Os bilhetes guardados entre elas...

A rosa ressequida

Feito um marcador de lembranças...

As fotografias amareladas de saudade...

Os cartões cheios de amizade...

Os namoros proibidos

Por isso, mais apimentados...

O prazer de sentir prazer

Ali registrados...

O tempo lá fora

Conspira a favor das memórias...

E lembramos

Quanta felicidade

Já sentimos em coisas simplórias,

Mas cheias de momentos únicos

Que não se mede e não se repete!...

Sem eles como poderíamos

Hoje debruçar na janela das lembranças

E rodopiar as travessuras

De aventuras da vida

Que se tornaram um tesouro

Guardado no velho baú da alma

Já cheio de poeiras envelhecidas pela idade

Que desaforada correu frente ao seu destino...

Mas esqueceu para trás seus verdadeiros valores

Que quando amadurecemos voltamos atrás

Tentando resgatar momentos perdidos...

Quem tem memórias teve uma vida

E sente esta saudade que sempre irá

Acordar-nos assim com vontade

De sentar na beira da calçada com os amigos...

Em 29 de janeiro de 2009