Ali... Eu encontro você.

Eu não devia estar mexendo ali, jamais poderia ter aberto aquela porta, pelo menos ainda não. Não enquanto estivesse sentindo a tua presença.

Mas tem coisas e fatos, que não podemos simplesmente fingir que não existiram, pois elas ficam grudadas que nem tatuagem, e por mais que as cobrimos com roupas compridas, elas sempre se mostram na hora de dormir.

Trancar aquele cômodo e jogar a chave fora poderia ser a solução, mas no fundo eu ficaria pior do que agora, pois tentei esconder momentos da vida entre gavetas e armários, mas as lembranças sempre ficarão de fora, guardadas dentro de mim.

Portanto, tudo que houve, independente da ordem dos fatos, indiferente no modo que se deu, foi bom pelos momentos, foi bom por todos aqueles instantes vividos entre você e eu, e agora mesmo sofrendo, eu sinto que não devo ter medo daquela porta, mas que devo fazer da chave uma copia, pois ali naquele espaço esta a prova maior de que a vida contigo valeu a pena, pois antes de te conhecer eu não tinha nada, e agora...Tenho um quarto repleto de recordações.