PRIMEIRA VEZ
Naquela tarde a ansiedade me fez cativa.
Todos os sentidos se confundiram
A emoção me cobriu dos pés a cabeça
Como um rubro e brilhante véu.
O coração disparado como cavalo veloz
Num campo liberto de sua cela.
Minhas mãos nem sabiam o que tocar
Perderam o tato estavam trêmulas
Porém paralisadas diante de tudo aquilo
A boca como deserto com sol a pino
Pedia por uma gota de seu beijo
Que por motivo alheio a nossa vontade
Não deixou que eu viesse a desfrutar
Assim você longe no anonimato
Fez-se presença criança em meu peito
Qual criança também eu me tornei.
Aos olhos lagrimas em cascatas
Procuravam enxergá-lo em tudo
Cada detalhe, sabor e perfume
Era você inteiro em cada carinho
Um sorriso radiante com as lágrimas
Misturavam-se, e tomavam conta de mim
Parecia loucura, sonho nem sei ao certo
Senti-me longe do chão perto demais
Do que chamam paraíso, levitei.
Queria tê-lo feito em seus braços
Fui a sua busca, mas só sua voz encontrei
Provei de todas as emoções de uma só vez.
Ainda hoje, ao lembrar minha alma se eleva
Choro com sorriso mais lindo que me causou
Perco-me em suspiros querendo tudo de novo
Sonho acordada todos os dias com aquela tarde
E sei que não só minha, mas foi também a sua
Primeira vez...