Retrato.
Olho o moço do retrato
De fato, ele é o meu amor.
Se tanto é o sentimento,
Que o vento o leve até o moço
E o faça senti-lo numa brisa suave
Com leve perfume de mim.
Imóvel, miro o retrato à frente,
Da lente, mira-me também seus olhos,
Inertes, sem emoção, impassíveis.
Cheios de impossíveis sonhos e desejos,
Olha meus olhos o moço que amo
Que chamo em meus delírios.
Com quem brinco de amar nas sombras
Das ondas do vai e vem do meu querer.
Moço que mora em minha alma,
Que acalma meu explodir de prazer
E arrasta-me em vãs esperanças,
Da lembrança, do passado... Do meu viver.