lembranças...
Lembranças
Hoje, são as lembranças que doem...
Saudades, são só pequenos pedaços de dor
São momentos que aos poucos me destroem...
Pensamentos loucos do que já se foi tão longe...
Companheiros da minha solidão perpétua...
Resquícios, migalhas de restos de vida...
Afogo no vinho, o uivo de clamor da dor infinda
Que ainda resta, neste casco oco que chamo de “eu”,,,
Amargamente tento esquecer que outrora
No meio da euforia de uma aurora linda
Deixei escapar que amava intensamente....
Que vivia por amar assim tão displicentemente
Com tão grande amor que infinito era
Sólido, vertente no meu mais profundo íntimo,
Confiante que eterno, não mais acabaria
Hoje, são só saudades...
Do amar que no distante passado, um dia
Eu declarei aos quatro ventos...
Vinho meu, de todo dia-
Companheiro inseparável de minha agonia
Acalma por favor este coração de batimentos lentos...
Transforma em névoa estes sentimentos sórdidos
Que vivem a me consumir aos poucos,
Turvando minha mente e me deixando louco...
Faz-me esquecer tão belos olhos, tão linda boca
Tão doce beijo, terno...
Deixa-me viver um pouco mais, sem esse inferno
De relembrar a cada instante
Aquele amável rosto, tão lindo semblante...
Faz-me viver um pouco mais distante
De mim, do meu eu já moribundo e ausente...