"Reencontrando o Passado"
A arca esquecida
Num cantinho, aqui arrumada.
Próximo do sitio onde escrevo.
Tranquila e tapada.
Com tantos livros e trapalhadas.
Está uma enorme arca reclusa.
Muda, e desprezada.
Outorgada assim ao desterro.
É formosa, teve o seu tempo.
Em que era enlevada,
e até acariciada por mãos curiosas
e, um nadinha cobiçosas.
Verdade! Eu via nos olhos das gentes!
Que volteavam com os dedos,os desenhos
que a tornavam tão deslumbrante.
Tinha um cheiro a oriente
Distinto ,embriagante, quente.
Quando se abria era exultação.
Ela, queda e contagiada,
à bisbilhotice, agitada
por todos que a cercavam.
Ali, se amontoavam coisas valorizadas.
Diferentes. Para quê nomear?
Se o tempo agora é desapaixonado.
Estou a observar e penso.
Dez ,vinte anos ,mais ou menos!
Adormecida no tempo.
As preciosidades, continuam dentro.
Não me quero emocionar.
Uma lágrima tenta cair
e iluminar o meu olhar.
Não! Não a vou profanar.
Acordá-la do seu sono.
Remexer, num passado
tão vibrante e saudoso.
Tem de tudo.
Bragais, cartas de amor,
atadas com fitinhas
de seda rosa e azuis
e, outras coisas mais,
aquelas folhas secas,
lembranças!
Histórias, contadas
em cada pedacinho de linho,
em luvas de renda fina,
feitas à mão
em cada bordado de crivo..
Está por lá escondido
um bonito relógio antigo
em ouro trabalhado.
avariado decerto
Vestidos ,de organdim branco
com véus engrinaldados,
com rosinhas feitas à mão e,
que nos vestiram para a comunhão.
E aquele vestido de seda e tule
feito pela minha mãe,
com tanto amor e carinho
Ah! foi enfeitado de perolas minúsculas
daquelas que se compravam na capelista
Que lindo esse vestidinho.
Fui dama de honra de casamento
também serviu para outro momento
de especial encantamento.
Bolsinhas de lantejolas de cores variadas
que agora não servem para nada.
Mantilhas bordadas de várias cores
Sei o que me iria custar, remexer
e a reviver o passado.
por tudo o que ali está arrecadado
Tanta coisa iria recordar.
Pertences , de quem já não posso vêr.
Apenas vivem no meu coração.
Talvez um dia destes a abra
e as duas vamos voltar ao passado.
.
De tta
10-01-09
A arca esquecida
Num cantinho, aqui arrumada.
Próximo do sitio onde escrevo.
Tranquila e tapada.
Com tantos livros e trapalhadas.
Está uma enorme arca reclusa.
Muda, e desprezada.
Outorgada assim ao desterro.
É formosa, teve o seu tempo.
Em que era enlevada,
e até acariciada por mãos curiosas
e, um nadinha cobiçosas.
Verdade! Eu via nos olhos das gentes!
Que volteavam com os dedos,os desenhos
que a tornavam tão deslumbrante.
Tinha um cheiro a oriente
Distinto ,embriagante, quente.
Quando se abria era exultação.
Ela, queda e contagiada,
à bisbilhotice, agitada
por todos que a cercavam.
Ali, se amontoavam coisas valorizadas.
Diferentes. Para quê nomear?
Se o tempo agora é desapaixonado.
Estou a observar e penso.
Dez ,vinte anos ,mais ou menos!
Adormecida no tempo.
As preciosidades, continuam dentro.
Não me quero emocionar.
Uma lágrima tenta cair
e iluminar o meu olhar.
Não! Não a vou profanar.
Acordá-la do seu sono.
Remexer, num passado
tão vibrante e saudoso.
Tem de tudo.
Bragais, cartas de amor,
atadas com fitinhas
de seda rosa e azuis
e, outras coisas mais,
aquelas folhas secas,
lembranças!
Histórias, contadas
em cada pedacinho de linho,
em luvas de renda fina,
feitas à mão
em cada bordado de crivo..
Está por lá escondido
um bonito relógio antigo
em ouro trabalhado.
avariado decerto
Vestidos ,de organdim branco
com véus engrinaldados,
com rosinhas feitas à mão e,
que nos vestiram para a comunhão.
E aquele vestido de seda e tule
feito pela minha mãe,
com tanto amor e carinho
Ah! foi enfeitado de perolas minúsculas
daquelas que se compravam na capelista
Que lindo esse vestidinho.
Fui dama de honra de casamento
também serviu para outro momento
de especial encantamento.
Bolsinhas de lantejolas de cores variadas
que agora não servem para nada.
Mantilhas bordadas de várias cores
Sei o que me iria custar, remexer
e a reviver o passado.
por tudo o que ali está arrecadado
Tanta coisa iria recordar.
Pertences , de quem já não posso vêr.
Apenas vivem no meu coração.
Talvez um dia destes a abra
e as duas vamos voltar ao passado.
.
De tta
10-01-09