Deixe-a lá. Como deve estar

"Deixe essa vergonha de lado

Pois nada disso tem valor

Por você ser uma simples empregada

Não vai modificar o meu amor"

Odair José - Deixe essa vergonha de lado

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Bebo e permaneço escrevendo

meus relatórios habituais

conforme a necessidade das faturas,

Trabalho para meu conforto futuro

E prevejo o que minhas paixões

Amarguradas e sem ânimo

Invocam ações desinibidas

Desentendidas e libertinas

convido minha recatada esposa para se deitar

ela entra sem convite na minha memoria

E todas as noites apazigua minha insônia

Leio, escrevo mais versos, bebo conhaque

E recomeço a crer que o futuro guarda bons

e duradouros frutos para o amor verdadeiro

Que tem compreensão, afeto e respeito

Não finge, não modifica a voz, não oculta

Mentiras novas ou antigas

Minha esposa canta comigo em alemão, inglês

E espanhol, e quando voltar. Volta a partir

Deixo que ela se vá. Não lhe digo que não.

Escuto o emblemático Nelson Gonçalves

E canto com meu conhaque na mão

Os tristes acordes do piano

teclando no pequeno teclado

Meu notebook já está acostumado

com minha presença sófrida

E incontida de pianista das letras

são simples reminiscencias de amor

José Luís de Freitas
Enviado por José Luís de Freitas em 31/12/2008
Código do texto: T1360632
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