CONVERSA DE ANO VELHO

Eu também um dia fui Novo.

Cheguei debaixo de foguetório

com tantas pessoas se abraçando.

Era a confraternização.

Notei que as pessoas usavam branco.

Mas eu estava branco...

de uma palidez assustadora.

Olhava assustado, porém orgulhoso.

Nem por um momento sequer eu pensei

no Ano Velho que ficou esquecido.

Por questão de apenas segundos

ficou lá, bem lá para trás.

E todos brindando, desejavam

Feliz Ano Novo!

Que o Ano Novo fosse de Paz

De luz, de amor e de esperança!

Eu orgulhoso ouvia meu nome

que já estava na boca de todos.

Eu era Novo e famoso.

Fiquei Novo por mais ou menos

um mes. E com o passar do tempo

senti-me criança...

Adolescente, jovem, por fim adulto.

Com isso chegou o Natal...

A festa de aniversário de Jesus.

Muita emoção e amor nesta data.

Mais alguns dias se passaram

e o calendário marcava o dia 31.

Me desesperei. Era o fim de tudo.

Não sei se fiz por merecer, não foi

fácil fazer parte dos acontecimentos,

e não poder fazer nada.

Ver, ouvir e deixar acontecer.

Já me sentia cansado, adormecendo,

quando ouvi que fogos de artifícios

estouravam no ar em minha homenagem.

Mas logo o relógio da matriz...

Marcou meia noite!

Fui esquecido, sem tempo de chorar.

Nem mesmo participar das comemorações

de boas-vindas ao Ano.

Que todos brindavam e desejavam

que fosse um Feliz Ano Novo!

De muita Paz, luz, amor, esperança!

Não esquecendo da caridade.

28/12/2008

Sonia Barbosa Baptista

Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 29/12/2008
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