Velho Tempo
Nosso velho tempo é algo cada vez mais estranho
Num dia somos apenas crianças que riem
De piadas alheias em dias de sol que nunca terminam
E noutro nos tornamos grandes crianças que choram
De amores perdidos nas noites de chuva que voam
O tempo não se pode medir, ele nem sequer nos acompanha
É tão rápido que mal nos vemos na estrada que gira
E quando damos conta tudo passou e se foi
Vemos que o que fizemos é o que vale
As lembranças é que sobram no final de todas as vidas
Num último entardecer dos nossos dias juntos
Poderemos olhar sorridentes ao passado
E constatar que esses dias não voltam mais
Esses dias do nosso velho tempo que nos marcam tanto
Nossas trilhas não seguem mais o mesmo rumo
Cada um por si na roda da vida em seu próprio destino
E ele não tem piedade, não tem sentido.
Mas é isso mesmo que nos impele a continuar
A busca por um significado de tudo
A procura eterna de um lugar pra descansar
É nessa hora quando percebemos no final que tudo o que queríamos
Era um colo, eram as horas tão calmas da infância.
Nesse nosso tempo nós nos perdemos em caminhos tão longos
E nem sabemos se poderemos nos reencontrar um dia
Só nos resta apreciar um último dia, um último sorriso.
Agradecer por todo o nosso destino que nos uniu até então
E esperar que as coisas que fizemos continuem conosco
Através do tempo que se vai voando sem nós