Terra natal

A rua larga barulhenta

de autos velozes

rumo à estrada sinuosa

perigosa ao descer a serra

estreita à beira do abismo

A bela paisagem

o rio lá embaixo

acerta o compasso do coração.

os rostos de sempre

a aguda monotonia

os vizinhos de toda a vida

sabida vida de todos.

O caminho quase esquecido

entre as árvores da praça

ainda é o mesmo caminho.

O menino que passava

todo dia solitário

no ir e vir sem desvios

e sem más companhias

tinha sonhos. Sonhava

com um vasto enorme mundo

repleto de novos rostos.

Não sabia o tal menino

que a sua vida seria

tão somente solitária

quanto o caminho diário

conhecido percorrido

sem sentir

na cidade além da serra

e dos sonhos.