Poema para Castro Alves

Em Castro Alves eu nasci,

mas lá não me criei.

O Gama e Brasília me acolheram.

Voltei aos quinze anos e

nas ruas de calçamento incerto,

com pedras incertas,

me apaixonei.

Nas suas ruas e noites de belas

estrelas deixei confidências,

dores do amor que

não deu certo.

Castro Alves é a minha

Itabira parada no tempo

e que só recebeu visita

minha, depois que parti,

em dias de sepultamento

de meus pais.

Lá, no seu cemitério, estão

Arlinda, Vicente e Laudelina.

Algum dia, estarei eu.

Eu, as lembranças da escola,

dos dias de festa e das

noites, ao pé da Igreja Matriz,

brindando a vida com vinho

e coca-cola.

Pecado permitido aos

pés de Nosso Senhor.

A menina de quinze anos

partiu com sua ida

para a Capital.

Hoje, procuro em remotas

lembranças a essência

daqueles dias tão distantes

no tempo e perto

de minha alma.

Castro Alves, a cidade de

um outro poeta, hoje também é

minha, da poetisa

que traça no suave branco

do papel a sua réstia

de alegria e saudade.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 28/10/2008
Código do texto: T1253441
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