Desde que nasci
Desde que nasci...
Pobre de mim que nasci sem ti, que te achei e te perdi.
Que com o tempo evolui, cresci, chorei, sofri.
Infância perdida entre pipas e quintais, entre a fome e algo mais.
Nasci brasileiro, sem teto, sem nada, com tudo, mudo sem rumo.
Procuro até hoje o sentido, da vida e do mundo em que vivo.
Achei o que não guardei, vi você fiquei perdido.
Sem rumo de novo, mas fome não tem mais.
Agora conheço a sede de querer-te um dia a mais.
Quem não tem um amor perdido, uma lembrança do passado.
Quem não vive um futuro, que o presente não trás.
Quem não quer viver mais e não sonha acordado.
Quem não chorou uma vez, por um sim, não ou capaz.
Quem sou eu, quem é você, neste mundo de meu Deus.
Que nos iludimos, por tão pouco por bobagem ou besteira.
Meus dias não controlo, nem tu controla os teus.
A vida nos leva a esmo, doida sem eira nem beira.
Então só nos resta viver, esperar com calma.
Porque da vida o ser humano só tem uma certeza.
Da morte que se aproxima para nos roubar a alma.
Com a fúria de uma procela, e o charme de uma princesa.
Que a sua hora é certa, não atrasa nem se adianta.
Que seu buscar é eterno, e imenso é seu manto.
Que tira a paz de quem fica, aos vivos não encanta.
Chega e leva o escolhido para uma conversa no seu canto.
Então viva, sonhe, chore, não canse de tentar.
Busque, perca, ache de um jeito de não viver pra chorar.
Não espere a tal morte, ela não vai te esperar.
Porque é certo ela vem e não irá se atrasar.
O arauto (antigo EROS)