O Vulto do Amor
No vulto sombrio de uma noite
Vejo meu corpo no açoite
Já ferido pela distância
De não ter você por perto
Talvez minha ganância
Tenha encoberto
Meu verdadeiro sentimento
Que floresce e cresce
Dentro deste que não merece
Mas lastima e sofre
Um choro de amargura
Por ruas escuras
Tenta encontrar a saída
Quando na verdade
Deveria procurar a entrada
Do amor que preso está
Dentro da redoma
Criada em seu interior
Mas só vejo vultos
Confundindo minha existência
Fundindo um mundo
Inexistente dentro da mente
Que sente a falta do amor
Mas finge ser forte lutador
Vivendo sobre a penumbra
Da sombra que é o antídoto
Encontrado para neutralizar
Esse corpo que apanha
E ganha forças para escrever
E descrever esse vulto
Oculto no luto do amor
Ledemir Bertagnoli