O MENINO ÀS PEDRAS SOLTAS
O menino defronte à vidraça
O destino às pedras soltas
Estilhaçando-se a vida
As ruas em falas soltas
Que falam de uma fala menina
Falas sem brilhos
Lembranças menino lembrado
Nos trens a correr os seus trilhos
Inexistentes às pedras soltas.
Lembranças que correm que batem
Perdidas nas calças curtas
De um tempo que corre...
Destes dias de tudo tão pouco
Falam que fala o menino
De falas que falam
A vida às falas soltas
De debaixo da lua o teto
A rua moleque as pernas
Esconde esconde
Brincando com a vida
Onde estás meu moleque?
Que dó deste tempo
Em ré que se escreve
Do mi de si: esmo
Tentando as falas soltas
De palavras brilhantes o sol
Lá das ruas das pedras soltas
Vidraças de si tão distantes
Espelho menino destino
Num canto difícil o cantar
O menino às pedras soltas.