Quem sem atreve?
Quem sem atreve?
Da treva extrair a fuga,
Fulgir em parceria com o sol,
E aquecer do frio do sul.
Quem se atreve?
A fugir do improviso de viver,
Bem de lá, entre nós dois,
É tudo “dum” jeito diferente.
Quem se atreve?
A tatear no escuro,
Escolher um “sem rumo”,
E ir muito alem do que se vê.
Quem se atreve?
Escrever o menor,
Do jeito bem pequeno,
E não dizer aquém, e firmar sem nó.
Quem se atreve?
A não se apaixonar,
Tornando vazio o sutil enlace,
Desembarace pra quê?
Quem se atreve?
A ter orgulho de sombra maior,
Do opaco,
Esperando sobras de luz.